The Killing of Two Lovers (2020)

Esse Eu Vi
3 min readMay 24, 2021

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Preciso e firme, é um romance com rosto de drama e suspense.

David (Clayne Crawford) tenta desesperadamente manter sua família de seis pessoas unida durante a separação de sua esposa Nikki (Sepideh Moafi). Ambos concordam em ver outras pessoas, mas David luta para lidar com o novo relacionamento de Nikki e sua nova situação com os filhos.

Nada como o cinema independente para educar nosso sentido e nos apresentar a novas mentes criativas do audiovisual. E foi uma surpresa super agradável ter assistido esse filme de um diretor até então desconhecido para mim. Robert Machoian já tem vários filmes em seu currículo (a maioria curtas e documentários) e vendo o filme você consegue facilmente perceber que ele já tem um estilo de filmagem bem consolidado e dirige com uma mão firme, com precisão. Ele também é, além de diretor e roteirista, o editor do filme, e sem dúvida isso ajuda na hora de contar a sua história na curta duração que tem o filme e, ainda assim, sem ter pressa alguma de desdobrar o enredo. É um drama bastante objetivo e um suspense sutil, que na primeira cena expõe a problemática do filme e devagar vai apresentando o contexto até ali, até que quase de maneira inesperada conclui com firmeza.

The Killing of Two Lovers é o casamento perfeito entre cinema e teatro, no sentido em que as cenas são construídas com planos longos, sem cortes excessivos — as vezes sem corte algum — mas com uma boa exploração de cenários e ângulos de filmagens que inserem o expectador na história, as vezes como um distante observador, e as vezes como um personagem, lado a lado dos atores.

Lembro que quando História de um Casamento (2019) estreou muitas pessoas interpretaram que o longa puxava brasa pra sardinha do personagem Charlie (Adam Driver) e tentava colocar Nicole (Scarlett Johansson) como a culpada da história. Bom, aqui é tudo do ponto de vista do personagem David, do início ao fim, então de maneira mais direta o filme nos conduz a ficar do seu lado da situação (ou das situações). E isso não torna o filme menos intenso ou menos significativo. Construído em cima de um roteiro simples, mas ao mesmo tempo cru e denso, o filme é conduzido por atuações brilhantes e liderado pelo espetacular Clayne Crawford, que com um trabalho substancial, consegue dar o tom de todos os momentos (ele está presente em todas as cenas do filme). O filme se apresenta com força e ao mesmo com sutileza, sem erros visíveis e sem enfeites desnecessários.

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Written by Esse Eu Vi

Ávila Oliveira - Crítico de cinema desde 2012

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