Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022)

Esse Eu Vi
2 min readMay 13, 2022

--

Sam Raimi nasceu pra um filme do herói

“Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, da Marvel Studios, o MCU desbloqueia o Multiverso e expande seus limites mais do que nunca. Viaje para o desconhecido com o Doutor Estranho, que, com a ajuda de aliados místicos antigos e novos, atravessa as realidades alternativas alucinantes e perigosas do Multiverso para enfrentar um novo e misterioso adversário”.

Primeiro de tudo é importante lembrar que — assim como a maioria das coisas que a Marvel vem criado — essa produção é feita pra amarrar várias pontas e dar início a várias outras. Ainda assim, foi gratificante ver o que o diretor Sam Raimi conseguiu fazer nessas condições e com o texto que foi desenvolvido.

Sam Raimi é um dos diretores americanos mais visualmente impactantes, versáteis e notáveis que Hollywood tem. Tendo no currículo icônicos títulos de terror e a marcante primeira trilogia do Homem-Aranha, ele (quase sempre) consegue imprimir originalidade e uma fluidez visual através de suas transições e testes com o uso da câmera.

E ainda bem que alguém teve a ideia de colocar Raimi num filme do Dr. Estranho, porque nesse, especificamente, pedia um diretor ousado, exagerado e de escolhas precisas — duvido que qualquer outro tivesse a sagacidade de fazer uma sequência de luta com notas musicais. E o diretor abusou das cores, formas e sons e trouxe frescor para o gênero que vem tirando leite de pedra. Ele ainda usa de muito autorreferência para inserir toques de terror, ironia e ação. Inclusive não só Raimi, mas outros nomes que a Disney vem contratando nessa nova fase Marvel estão conseguindo dar corpo pra esse recomeço onde vários outros heróis estão sendo introduzidos.

Os Benedicts estão incríveis, a Elisabeth Olsen também dá um show em cena, mas destaco aqui a carismática jovem atriz Xochitl Gomez que não se diminui ao lado de grandes nomes.

O filme é divertido, é hábil, é despreocupado, não se leva a sério e faz com que, por alguns momentos, o espectador não queira saber sobre as dezenas de outros filmes que virão ou que ainda vêm. E tocando no assunto, o uso preguiçoso de multiverso e linhas do tempo para tapar buracos e fazer o que diabos for possível cansou, não sei até onde mais eles vão espremer isso, mas está passando do ponto.

--

--

Esse Eu Vi
Esse Eu Vi

Written by Esse Eu Vi

Ávila Oliveira - Crítico de cinema desde 2012

No responses yet